"Inicialmente, aceitei o convite de Ana Paula Beling para participar de 'Eu, uma outra', pela admiração e amor que tenho pela equipe que integra o projeto.

Depois, houveram algumas contradições e desenganos no decorrer do caminho, que tornaram nosso passeio um pouco mais… belo! 

Os obstáculos viraram pó, as pedras se tornaram pontes, e as tempestades foram essenciais para a fertilização do nosso solo.

Pra mim, já nesse início turbulento, 'Avessa' nasceu avessa! Oposta. Violenta. Contraditória. Adversa.

Meu processo criativo para esse espetáculo foi desafiador por ter sido minha primeira criação cenográfica que tratasse de violência.

Esse embate, me trouxe reflexões sobre as tantas maneiras que o ser humano tem de violentar e ser violentado.

A partir daí nasceu o espaço de cena como labirinto, representando as possibilidades de escolha que cada um de nós tem diante dessas infinitas formas de agressão.

Junto a isso, texturas, imagens e sonoridades trarão sensações inesperadas, proporcionando o desequilíbrio constante de uma mente em estado de fúria."

(Ana Clara Joly)